segunda-feira, 2 de maio de 2011



Na concepção da FESF-SUS, o sentido transformador da avaliação é a propositividade. A coordenadora Grasiela Damasceno de Araújo substantiva como: “promoção, recondução de processos de trabalho e construção de compromissos mútuos (gestão e trabalhador) para a melhoria do desempenho e redução da rotatividade de profissionais...” 

A Fundação está implantando uma cultura avaliativa, que isto significa?
Grasiela Damasceno | Significa um esforço, ainda em formulação, para estabelecermos um sistema de promoção, recondução de processos de trabalho e construção de compromissos mútuos (gestão e trabalhador) para a melhoria do desempenho e redução da rotatividade de profissionais, tanto nas unidades de saúde contratualizadas quanto na sede FESF-SUS.

Qual a perspectiva?
GD | Nossa intenção é que avaliação de desempenho chegue como um dispositivo formador, voltado para a aprendizagem, onde identificamos “nós críticos” e procuramos soluções, a partir da construção de redes de pedidos e compromissos.

Então avaliação é também instrumento da gestão?
GD | Sim. É um momento de construir diálogos abertos entre gestores e trabalhadores. Muita coisa que possa contribuir para o bom e o mau desempenho do trabalhador, a gestão pode intervir e ajudar a superar os problemas no próprio processo avaliativo.

Um gestor com um olhar tradicional sobre a avaliação, ou seja, fiscalizador, controlador, tem dificuldades para avaliar?
GD | Sem dúvidas. Ao mesmo tempo em que o gestor só consegue enxergar avaliação para punição, também não se sente à vontade para exercer um papel de educador, sensível para identificar potencialidades e habilidades no trabalhador, aumentando a distância existente entre as expectativas e os resultados alcançados.
   
Isto naturalmente gera muitos problemas?
GD | Sim. E acaba produzindo um clima de animosidade, o que sem dúvidas vai prejudicar a avaliação. Queremos que o avaliador assuma um papel de educador e quem é avaliado sinta a avaliação como uma oportunidade para discutir os problemas, superá-los e, se houver necessidade de superação pessoal, que esta também seja encarada como um processo educativo.

Como a Fundação espera alcançar uma avaliação nesta complexidade?
GD | Desenvolvendo uma cultura avaliativa que observe a objetividade através do cumprimento de metas, mas também a subjetividade das realidades e dos sujeitos envolvidos no processo. Portanto, a avaliação foca a sua atenção tanto sobre “o que” quanto sobre “o como” se processa o desempenho do funcionário. Nesse sentido, a avaliação de desempenho da Fundação está se conformando numa ferramenta para servir a esses propósitos.

Que municípios já realizaram as avaliações?
GD | Já temos diversos municípios realizando com regularidade a primeira fase da avaliação de desempenho funcional (30 e 60 dias) e esta será considerada no processo de análise do desempenho funcional do profissional para a progressão da carreira. Até agora, situo a avaliação dentro de uma grande positividade: dos 320 trabalhadores que passaram pela avaliação de 30 e 60 dias, 95% deles foram bem avaliados pelos gestores.

Quais os próximos passos?
GD | Após essa etapa, o trabalhador deverá ser avaliado anualmente, com fins de observação da sua evolução profissional ao longo da carreira. Na concepção da FESF-SUS, o sentido transformador da avaliação é a propositividade. A coordenadora Grasiela Damasceno de Araújo substantiva como: “promoção, recondução de processos de trabalho e construção de compromissos mútuos (gestão e trabalhador) para a melhoria do desempenho e redução da rotatividade de profissionais...” 

A Fundação está implantando uma cultura avaliativa, que isto significa?
Grasiela Damasceno | Significa um esforço, ainda em formulação, para estabelecermos um sistema de promoção, recondução de processos de trabalho e construção de compromissos mútuos (gestão e trabalhador) para a melhoria do desempenho e redução da rotatividade de profissionais, tanto nas unidades de saúde contratualizadas quanto na sede FESF-SUS.

Qual a perspectiva?
GD | Nossa intenção é que avaliação de desempenho chegue como um dispositivo formador, voltado para a aprendizagem, onde identificamos “nós críticos” e procuramos soluções, a partir da construção de redes de pedidos e compromissos.

Então avaliação é também instrumento da gestão?
GD | Sim. É um momento de construir diálogos abertos entre gestores e trabalhadores. Muita coisa que possa contribuir para o bom e o mau desempenho do trabalhador, a gestão pode intervir e ajudar a superar os problemas no próprio processo avaliativo.

Um gestor com um olhar tradicional sobre a avaliação, ou seja, fiscalizador, controlador, tem dificuldades para avaliar?
GD | Sem dúvidas. Ao mesmo tempo em que o gestor só consegue enxergar avaliação para punição, também não se sente à vontade para exercer um papel de educador, sensível para identificar potencialidades e habilidades no trabalhador, aumentando a distância existente entre as expectativas e os resultados alcançados.
   
Isto naturalmente gera muitos problemas?
GD | Sim. E acaba produzindo um clima de animosidade, o que sem dúvidas vai prejudicar a avaliação. Queremos que o avaliador assuma um papel de educador e quem é avaliado sinta a avaliação como uma oportunidade para discutir os problemas, superá-los e, se houver necessidade de superação pessoal, que esta também seja encarada como um processo educativo.

Como a Fundação espera alcançar uma avaliação nesta complexidade?
GD | Desenvolvendo uma cultura avaliativa que observe a objetividade através do cumprimento de metas, mas também a subjetividade das realidades e dos sujeitos envolvidos no processo. Portanto, a avaliação foca a sua atenção tanto sobre “o que” quanto sobre “o como” se processa o desempenho do funcionário. Nesse sentido, a avaliação de desempenho da Fundação está se conformando numa ferramenta para servir a esses propósitos.

Que municípios já realizaram as avaliações?
GD | Já temos diversos municípios realizando com regularidade a primeira fase da avaliação de desempenho funcional (30 e 60 dias) e esta será considerada no processo de análise do desempenho funcional do profissional para a progressão da carreira. Até agora, situo a avaliação dentro de uma grande positividade: dos 320 trabalhadores que passaram pela avaliação de 30 e 60 dias, 95% deles foram bem avaliados pelos gestores.

Quais os próximos passos?
GD | Após essa etapa, o trabalhador deverá ser avaliado anualmente, com fins de observação da sua evolução profissional ao longo da carreira.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

União, participação, integração

A intensidade que há nas palavras união, participação, integração  define bem os encontros e eventos que a Fundação Estatal está realizando com os trabalhadores e gestores nos municípios do Estado da Bahia.
Somente no inicio de abril ocorreram dois eventos – um Seminário sobre Práticas de Gestão e um Workshop sobre Gestão Contratual, ambos relacionados à missão da Fundação Estatal e um de seus maiores valores: a gestão compartilhada.
Educação permanente | As fotografias desta página ilustram bem estes momentos. Com a participação de 25 municípios e 52 gestores, a Fundação Estatal Saúde da Família realizou um grande encontro da sua política de educação permanente no Seminário de Práticas de Gestão.
Em debate - de forma livre, aberta e participativa - as novas práticas de avaliação e educação permanente na atenção básica. 
Em rodas de discussão, realizaram estudos de casos dos municípios, sociodramas, problematização das realidades e das práticas. Todos, instrumentos participativos motivadores de falas e intensas avaliações.


Apoio Institucional | Segundo Caroline Duarte, Coordenador de Contratualização e Apoio Institucional, o seminário consolidou o planejamento do apoio institucional para esse ano com a programação de visitas e encontros regionais para os meses de Abril e Maio.
Além da estruturação de todo este percurso de visitas, a Fundação vai realizar também a construção do Plano de Desenvolvimento da Gestão e do Cuidado (PDGC) junto aos municípios.
“Nossa meta para o ano é desenvolver e executar um PDGC para cada município e apoiar as gestões municipais na realização dos Planos de Ações e Resultadas em Saúde (PARES) com cada equipe de saúde da família e NASF”, ressaltou Caroline.



Gestão Contratual | O Workshop (trabalho em grupo) da Gestão Contratual foi outro encontro realizado pela Fundação Estatal também como ação da prestação de serviços de Qualificação e Desenvolvimento da Gestão Compartilhada, previstos em Contrato de Gestão com Fundação Estatal.
Foram apresentados os procedimentos necessários à contratação regular da Fundação, os documentos que devem compor o processo de contratação, o planejamento orçamentário e a execução financeira do Contrato de Gestão, aliada a política de subsídios e os descontos efetuados sobre a realização de pagamentos.

sexta-feira, 25 de março de 2011



Gustavo Gusso | Médico
Presidente da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade

O debate on line sobre casos complexos da saúde da família é um dos instrumentos da formação em ação dos trabalhadores. O presidente da Sociedade Brasileira de Medicina e Comunidade é um dos autores do projeto. Em entrevista a Assessoria de Comunicação, ele afirma que o objetivo é trabalhar com uma nova cultura integradora representante do trabalho diário.

Como surgiu a ideia do sistema casos complexos? Qual o objetivo?
Gustavo Gusso | Sempre houve a demanda por cursos de especialização em serviço. Mesmo antes da Unasus, o Ministerio ja financiava. Iniciou nos Pólos de Capacitação do Saúde da Família. Nós que estávamos nas equipes não nos identificávamos tanto com os conteúdos apresentados.

A ideia então está relacionada também com uma nova cultura?
GG | A maioria consistia em um módulo sobre políticas de saúde e legislação, outros focados em doenças ou em conteúdos verticais, como saúde da mulher, saúde da criança, saúde mental etc... Ou seja, reproduzia de certa maneira, justamente a prática que queríamos mudar.

Que mudança significativa está sendo proposta?
GG | Pensamos em um conteúdo integrador e que represente a realidade e o trabalho diário. Montamos uma matriz com vários problemas de saúde freqüentes em um eixo (hipertensão, diabetes, otite, prevenção de colo uterino etc...) e temas transversais em outro (violência doméstica, promoção a saude, trabalho em equipe, abordagem familiar etc..).

Como foram feitos os primeiros casos?
GG | Escrevi um caso complexo para servir de inspiração. Organizamos junto com a Juliane Correa, especialista em Educação à Distância da UFMG, uma oficina em Belo Horizonte com 40 profissionais experientes. Ao final, formamos duplas e  pegamos problemas de saúde e temas transversais para construir as histórias.

Os casos estão em nosso sítio on line e onde mais os encontramos?
GG | Estão disponíveis em www.casoscomplexos.com.br e podem ser usados livremente, temos os termos de cessão de todos os autores. Cursos de especialização e mesmo cursos de graduação usam. Os cursos da Unasus organizados pela UERJ, Unifesp e Fundação Santa Casa de Porto Alegre têm tido experiências positivas.

O modelo pode ser reaplicado?
GG | Sim.  Nossa ideia era criar um área interativa com os “ingredientes” para que fossem criados e postados mais casos  complexos (feitos por qualquer profissional), mas ainda não avançamos nesta etapa por falta de pernas. Enfim, esta é uma demanda que pode ser feita em nível local ou regional.

Outras instituições também podem utilizar o sistema?
GG | Claro, achamos que devem. Todo processo teve financiamento público (do DAB) e os autores assinaram termos de cessão dos direitos de uso. Então o uso é livre.

O que você acha da Fundação utilizar esse software para atividades de educação com os trabalhadores?
GG | Acho fenomenal. Era tudo que sonhamos. Sempre apoiei a ideia e a concepção da Fundação mesmo antes dela ter nascido. Acho que a Bahia tem chamado a responsabilidade da organização da Atenção Basica e da Rede para si.

No caso da FESF-SUS os trabalhadores também serão motivados a enviarem seus próprios casos complexos. Como você percebe essa iniciativa?
GG | Claro, como disse acima, esta é justamente a etapa não cumprida. Depóis seria interessante coletar os direitos de uso para que fiquem livres e todos possam usar e acessar. A idéia não era fazer um conjunto de casos e parar.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Entrevista com Rafaela Freire



O resultado da pesquisa feita pelo IPEA é uma excelente notícia para todos os gestores e trabalhadores que se dedicam cotidianamente à construção e efetivação de um sistema de saúde público, gratuito e de qualidade para todos. O atendimento pela Equipe de Saúde da Família (EqSF) é o serviço mais bem avaliado, com percentual de bom e muito bom de 80,7% no conjunto do Brasil.  
Mas é preciso ter cautela, pois este dado, quando visto de forma isolada, apresenta uma série de outros aspectos que podem fornecer valiosas pistas para melhorar o atendimento no SUS, inclusive na Atenção Primária, que não se resume ao atendimento domiciliar pelas Equipes de Saúde da Família. 
Por isso é importante entender melhor a pesquisa: ela foi realizada em novembro do ano passado, através de entrevistas domiciliares em uma amostra de domicílios por regiões do Brasil. 
Outro Olhar | Seu objetivo foi avaliar a percepção da população sobre serviços de saúde principalmente os prestados pelo SUS, mas também foram avaliados os serviços oferecidos por planos e seguros de saúde. 
A proposta é olhar para o resultado obtido pela EqSF dentro do contexto do conjunto de serviços do SUS avaliados pela pesquisa e que foram divididos em Saúde da Família, Centros e Postos de Saúde, médicos especialistas, urgência e emergência e distribuição de medicamentos. 
Uma das surpresas que a pesquisa trouxe, além do nível de aprovação alcançado pela Saúde da Família, é que nenhum serviço teve rejeição maior do que a aprovação. Outra é que parece existir um imaginário pior sobre o SUS dentre as pessoas que não são usuárias. 
Seria simplesmente preconceito ou haveria um histórico de experiências anteriores ruins? A pesquisa não permite responder a estas perguntas, apenas aponta que a opinião de quem utiliza os serviços do SUS é diferente da opinião daqueles que não usam. 
Avaliação | No caso da avaliação da EqSF vale chamar a atenção para o fato de que enfocou apenas os atendimentos feitos por algum membro da equipe no domicílio, ou seja, a visita domiciliar foi o serviço do SUS mais bem avaliado pela população, sendo que cerca de 32% dos entrevistados receberam este tipo de atendimento. 
Portanto, para consolidar a Estratégia de Saúde da Família, visando a totalidade da população, precisamos refletir sobre quais as características do atendimento domiciliar poderiam e deveriam ser estendidas às unidades de saúde para que toda a Atenção Primária à Saúde recebesse pelo menos parte do reconhecimento que a população dedica às visitas domiciliares. 
Seria o vínculo entre a equipe e a família? Seria a humanização das relações dentro do contexto domiciliar? 
FESF-SUS | A Fundação Estatal Saúde da Família, oferecendo serviços em gestão compartilhada com os municípios e com profissionais concursados, propõe mudanças na forma de organizar o atendimento a partir das unidades de saúde contribuindo para o fortalecimento de uma rede de serviços que deve estar acessível à população, ser resolutiva e capaz de acolher às pessoas fazendo-as se sentirem em casa. 
Acredito que a combinação de investimentos em melhoria de infraestrutura, com investimentos nas equipes de Saúde da Família, tem grande potencial de trazer para a Atenção Primária nos próximos anos o reconhecimento que as EqSF já conquistaram. Este é o desafio que estamos enfrentando.